quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Dia-a-dia

Uma leitora inteligente censurou-me o facto de, nas minhas histórias, «quase todas as mulheres acabarem na cama ou a caminho dela». O que é forte exagero ou injustiça! (E não é em geral na cama que a vida começa e se acaba?) Ainda hei-de provar, se tiver a paciência de as reler, que não há nelas uma só mulher maldosa, desprezível, ociosa, repelente ou indigna – como são tantas das poucas heroínas do Eça. (Onde é dificílimo achar um homem bom!) Isso, embora aqui e além, inevitavelmente, algumas das minhas tenham caído entre os lençóis! Ao contrário, são criaturas dotadas de autocontrolo, e uma delas é mesmo, segundo uma grande artista, «uma figura de vitral». [JRM, 17/3/1977]

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