Coimbra, 19 de Novembro de 1979 – É um timbre. Sempre que vem, é recebido como um príncipe. Honro assim, como posso, o seu estatuto de poeta e o meu. Outros, a quem fiz o mesmo, não estiveram à altura do gesto. Desfiguraram-se e desfiguraram-me, desfigurando-o. Paciência. Dure muito, dure pouco, teimarei na minha. Quem me bater à porta credenciado pelas musas, enquanto o merecer, beberá comigo do melhor vinho, em louvor da nossa condição. O que implica um pacto sagrado de indefectivelmente a assumirmos no dia-a-dia, e em todas as circunstâncias sermos os primeiros a exaltá-la e a dignificá-la. Não por amor próprio ou vanglória, mas porque damos testemunho de Orfeu, e Orfeu foi um deus.
Sem comentários:
Enviar um comentário