Campos do Mondego, 1 de Maio de 1980 –
Uma tarde de paz, a ver a paz dos camponeses a lavrar e a semear. Nenhum deles
sabe sequer que o dia é de santidade operária. O rural só conhece uma luta: a
de todos as horas com a fatalidade dos elementos. Tantas vezes revoltado contra
os caprichos da natureza, é naturalmente avesso à incerteza das subversões. Por
isso, não é nem pode ser um revolucionário na acepção política da palavra. A
sua revolução é cósmica, cíclica e solar como a roda do ano.
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