segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

DIÁRIO (XIII)

Quinta do Vale de Malhadas, Freixo de Numão, 19 de Dezembro de 1979 – Depois de um dia venatório que nenhuma natureza razoável é capaz de imaginar, estou aqui, com o corpo num feixe, a pensar se não será por orgulho instintivo que cometo estas loucuras. É que, em face delas, eu próprio fico sem pé para me queixar dos males de que na verdade sofro. Males humilhantes, que aconselhariam resignação e remanso, e que, pelo contrário, desafio à sobreposse, como se estivesse na minha vontade o poder de também os humilhar.

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