– Não pintará
o cabelo? – pergunto, insidioso.
– Não, não… –
garantem-me.
– Não tem um
cabelo branco.
Inclino-me,
desconfiado e contrafeito. Como é possível que eu, com a mesma idade, tenha os
cabelos totalmente brancos – de lua descida? E ele…
Então, para
me confortar, desabafo de mim para mim, com este calorzinho tão consolador da vaidade:
– Pois sim.
Mas não sou surdo… Ao passo que o Nemésio é surdo como uma porta dum palácio
habitado por fantasmas.
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