O Namora, o Rebelo, o
Palla e Carmo e o David Mourão-Ferreira
foram recebidos pelo Marcelo
numa entrevista que teve momentos tempestuosos de discussão taco a taco.
Sobretudo quando se tratou da Censura – que o Marcelo desculpou com o argumento
da sua existência em todos os países do mundo. – Além disso – acrescentou – em
Portugal só se censuravam e proibiam obras subversivas ou que ofendessem a
moral pública. Nunca por motivos políticos.
A primeira
parte da defesa rebateu-a o Namora facilmente com os exemplos óbvios dos nossos
parceiros na Nato: Inglaterra, França, etc. Quanto à segunda parte lembrou dois
casos: a proibição do livro de Luandino Vieira, que
não era subversivo nem amoral, e a de O Barão, adaptação teatral de Sttau Monteiro
da novela de Branquinho
da Fonseca. “Tenhamos a coragem de dizer que esta última peça foi proibida
apenas porque o antigo Presidente do Conselho não gostava do autor.” O Marcelo
calou-se, não sem que dissesse primeiro, com acrimónia, que os escritores eram
uns seres impossíveis que não cediam a coisa alguma.
“É essa a
nossa missão”, responderam. E então, por fim, o Marcelo confidenciou-lhes que
não tinha gente que o ajudasse… “Nem para substituir os governadores civis!...”
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