terça-feira, 1 de maio de 2012

DIÁRIO (XIII)


Campos do Mondego, 1 de Maio de 1980 – Uma tarde de paz, a ver a paz dos camponeses a lavrar e a semear. Nenhum deles sabe sequer que o dia é de santidade operária. O rural só conhece uma luta: a de todos as horas com a fatalidade dos elementos. Tantas vezes revoltado contra os caprichos da natureza, é naturalmente avesso à incerteza das subversões. Por isso, não é nem pode ser um revolucionário na acepção política da palavra. A sua revolução é cósmica, cíclica e solar como a roda do ano.

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