quinta-feira, 2 de agosto de 2012

SARGACEIRO

Apúlia… Apúlia…
O mar, lá, entontece.
(E sofri tanto!)
   À noite, onde estarão

As ondas?
Rezo!
E, repetida, a prece
Em meus quadris desliza a sua mão!

Apúlia… Apúlia…
Aqui repouso a fronte
Nos flancos estendidos (verdadeiros
Templos de paz!) tendo por horizonte
As pernas brancas dos meus sargaceiros.

Apúlia… Apúlia…
         Sol. E Sol, perfeito
E a pino, luminoso na mentira;
Oiço um relógio, só! Oiço-o em meu peito:
- O mar! O mar da Apúlia que respira...

Apúlia… Apúlia…
De ancas opulentas,
Loiras meninas que já são mulheres
Afastam toda a imagem das tormentas…
Aprende a evitá-las se puderes!

Apúlia… Apúlia…
À custa das pupilas,
Bebi a luz das rochas e a do vento,
Ouvindo, longe, vozes! E, de ouvi-las,
O mundo pára, mais feliz, mais lento… 

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