sexta-feira, 16 de setembro de 2011

DIÁRIO (XIII)

Panóias, 16 de Setembro de 1979 – De tanto visitar este santuário pagão, acabei por me meter na pele de um seu qualquer devoto primitivo. Sacrifico também em cada ara e contacto com o divino através do sangue das vítimas. É aqui que mais vezes o espírito me fala e que a minha humanidade religiosa encontra mais satisfatória expressão. E chego a perguntar a mim mesmo se o alvoroço em que fiquei, quando o vi pela primeira vez, foi apenas uma reacção cultural ou era já o crente envergonhado que encontrava emocionadamente um templo de fé descomprometida.
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