sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Pulo do Lobo, Serpa, 1 de Novembro de 1975.

ALEGORIA

Aqui, um rio manso enlouqueceu.
Torrencial, desceu
Aos infernos mortais da inquietação
E, lá do fundo, ergueu,
Crucificado,
Um demorado
E trágico lamento,
Que é o tempo acordado
Na carne do Alentejo sonolento.

Miguel Torga: DIÁRIO (XII)

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