ALEGORIA
Aqui, um rio
manso enlouqueceu.
Torrencial,
desceu
Aos infernos
mortais da inquietação
E, lá do
fundo, ergueu,
Crucificado,
Um demorado
E trágico
lamento,
Que é o tempo
acordado
Na carne do
Alentejo sonolento.
Miguel
Torga: DIÁRIO (XII)
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