Daí, porventura, sobre
ignotos alicerces ancestrais, pré-históricos, o sentimento anarquizante, enraizado, latente ou endémico, de que têm
dado bastas provas as «nações» ibéricas. E não voltaremos nós algum dia a
conhecer essa quase-unidade na fraternidade e na diversidade, sob a forma de
federação ou confederação? Será necessário lembrar que a instituição imperial
romana, a que a Igreja aspirou identificar-se, ressurgiu tentativamente com os Francos, Carlos V, o
Santo Império vienense, Napoleão,
Hitler (ai de nós!), e,
porventura, sob a ideologia pan-soviética? Isso, embora estejamos assistindo
hoje ao ressurgir das aspirações autonomistas regionais – Bretanha, Escócia, Gales, Irlanda, os Flamengos, os povos da Jugoslávia?
Tal
seria, com pormenores comprovativos, o remate da série de artigos «Da Agonia
dos Contrastes» que não levei ao fim devido ao escrúpulo em manifestar a
esperança de que esse novo «Império libertário» viesse algum dia restituir-nos
a criatividade colectiva, peninsular, que nós, Portugueses, perdemos numa
solidão geo-histórica de novecentos anos. E para esse futuro poder, então
parcelarmente exercido pelos próprios naturais, que os nossos corações se
voltam numa prece de esperança.
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