A
História é uma paixão dos homens e uma ironia dos deuses. Sendo vivida por nós,
parece feita por eles. Quanto mais nos obstinamos em tomá-la o espelho dos
nossos triunfos, mais não sei que ocultos desígnios capricham em reduzi-la a
uma aventura absurda. Porque, ao fim e ao cabo, sempre que nela floresce a
esperança, frutifica a desilusão. Arena inglória onde a vida e a morte se
confrontam a toda a hora, o sangue que a mancha nem sequer tem sentido.
Inocente ou culpado, mitiga apenas a sede insaciável e vã da fatalidade.
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