terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Coimbra, 4 de Dezembro de 1980

A História é uma paixão dos homens e uma ironia dos deuses. Sendo vivida por nós, parece feita por eles. Quanto mais nos obstinamos em tomá-la o espelho dos nossos triunfos, mais não sei que ocultos desígnios capricham em reduzi-la a uma aventura absurda. Porque, ao fim e ao cabo, sempre que nela floresce a esperança, frutifica a desilusão. Arena inglória onde a vida e a morte se confrontam a toda a hora, o sangue que a mancha nem sequer tem sentido. Inocente ou culpado, mitiga apenas a sede insaciável e vã da fatalidade. 

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