sábado, 1 de setembro de 2012

Vergonha da Europa


Tu te afastas do país que foi o teu berço,
próximo do caos, porque o mercado não é justo.

Ao procurar a alma, o que encontrou
é agora considerado sucata.

Como um devedor atado nu ao pelourinho, um país sofredor
deve agradecer o que tu dizes.

A pobreza condenou o país cujas riquezas
adornam museus: obtidas com o teu saqueio.

Com a força dos braços o bem-aventurado país das ilhas
devastado, usava o uniforme de Hölderlin na tua mochila.

Mal tolerado país cujos coronéis vossos
outrora foram tolerados como um aliado.

Perdem direito ao país no qual o teu poder de parceiro legal
apertava o teu cinto cada vez com mais força.

Antígona desafia-o ao vestir de negro e por todo o país
roupas de luto, o povo que tu hospedas.

No entanto, o país tem de despertar o respectivo Creso
de todos aqueles brilhos dourados acumulados na tuas arcas.

Saúde finalmente, bebam! clama a claque dos Comissários
mas irado está Sócrates cujo cálice está cheio até à borda.

A amaldiçoar no coro, o que é característico de vós, os deuses,
exigirão repudiar o Teu Olimpo.

Tu vais definhar privada de alma
sem o país que te concebeu, tu, Europa. 


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