quarta-feira, 3 de novembro de 2010

RAMALHO ORTIGÃO

A  RELAÇÃO DE RAMALHO ORTIGÃO COM
EÇA DE QUEIRÓS


Eça e Ramalho em 1875

Amistosa, mas não inteiramente  pacífica, eis como podemos classificar a relação entre estas duas importantes figuras da nossa cultura das últimas décadas do século XIX. Não raro, as opiniões de ambos são divergentes. Por exemplo, a propósito das Farpas, projecto de ambos, mas que Ramalho conduz sozinho desde cedo, Eça emitirá depois uma opinião desfavorável: «São uma colecção de pilhérias envelhecidas que não valem o papel em que estão impressas e descreveu-as comounicamente um riso imenso, trotando, como as tubas de Josué, em torno a cidadelas que decerto não perderam uma só pedra, por que as vejo ainda, direitas, mais altas, da dor torpedo lodo, estirando por cima de nós a sua sombra mimosa» (…) «todo este livro é um riso que peleja». Ramalho não gosta deste apreciação tão negativa de um trabalho a que deu tanto de si mesmo.

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